Xingu: A representacao dos indios no filme segundo a teoria da alteridade
Summary
O filme Brasileiro Xingu (Cao Hamburger, 2012), baseado em uma história real, relata a aventura dos irmãos Villas Bôas (Orlando,Cláudio e Leonardo), que queriam ter contato com os índios isolados na região do Xingu (Brasil Central) no início dos anos de 1940. A história é contada pela perspectiva dos irmãos Villas Bôas de como agiram no começo dos anos 40, data em que começaram a sua expedição.
Nesta tese a abordagem dos estudos pós-coloniais é escolhida porque a atitude do governo brasileiro nos anos 40 tem características das instituições neocoloniais. Isto reflete-se nas ideologias da sociedade brasileira, nas quais os indígenas não eram considerados cidadãos. Este tratamento desigual dos povos indígenas está ligado a relações de poder. No contexto do filme, o governo brasileiro quer dominar e integrar as regiões Amazônicas acima dos interesses da população nativa; os índios isolados do Xingu. A posição dos índios em relação aos interesses da Amazônia e o contato com os irmãos Villas Bôas são analisados pelo conceito de alteridade nesta tese, devido às relações de poder entre os irmãos e os índios. O termo alteridade é um termo dos estudos pós-coloniais e está relacionado à dicotomia do Próprio e Outro que se fixa nas oposições binárias (índios/ não índios), em relação à inequalidade do poder nestes polos opostos.
A perspectiva dos índios, com sua própria voz, falta completamente no filme. Os irmãos Villas Bôas funcionam como mediadores entre os índios e o governo brasileiro. A perspectiva vem dos irmãos Villas Bôas, já que os índios não têm nenhum direito na sociedade brasileira. Esta pesquisa estabelecerá, com base na teoria da alteridade, como os índios são representados no filme pelas relações de poder entre os irmãos Villas Bôas e o governo brasileiro.